disse com a voz mais calma, mais mágica, mais pura, mais verdadeira de todas. baixou os olhos por momentos, as pálpebras desciam suavemente como num passo de ballet. o seu vestido de verão em pleno inverno dava-lhe aquela graça intemporal. ajeitou o cabelo agora cheio de nós mas onde antes estavam ondas que segundo ele, faziam lembrar as ondas do mar, e pigarreou que o futuro era longínquo e que era aquela parte do tempo tão clara dentro de nós. ela, que não acreditava no futuro. ela que apenas se importava com o presente, e com as noites em que ele não a deixava dormir por tentar caçar borboletas. mas disse. disse que o futuro era claro apesar de longínquo e eu acreditei.