time ain't gonna cure you. honey, time don't give a shit.
na altura em que apaguei todas as tuas mensagens eu sabia que tudo tinha chegado ao fim. era o corte total das raízes e circunstâncias, que me fizeram perceber que tudo o que tinha tido fora somente uma ilusão. agora nada mais disto me importa realmente, pois eu cresci e deitei tudo, o que tu querias que eu fosse naquela época, para trás das costas. foi uma altura boémia em que Zagreb tinha uma beleza e encanto que agora não encontro mais naquelas ruas.
podia-se ver escrito no pulso a palavra fighter, escrita com uma qualquer caneta preta numa qualquer aula aborrecida. a rapariga estava estendida no chão, com mais de uma dúzia de pessoas a rodearem-na. o aparelho para medir a tensão tapava-lhe agora a rude tatuagem. quantas destas ironias temos no dia-a-dia? quantas vezes nos achámos lutadores, mesmo quando estávamos caídos no chão com o coração prestes a parar?
sabemos que uma relação começa a esgotar-se quando se dizem coisas injustas. disseste-me coisas apenas para me morderem as entranhas. às vezes fico muito sincera - com ou sem álcool - mas nunca o fui contigo.
foi esse o meu mal. merecias bem mais que aquilo que te dei, incluindo pontapés.
coração na boca e verdades caídas de um décimo segundo andar. foi assim que me deixaste. durante todo o tempo só consegui pensar onde é que estiveste durante 15 anos da minha vida. é uma pena que me continue a perguntar onde é que estás agora.