e cheguei ao ponto a que todos os que me conhecem desejavam firmemente eu não chegar mas que apesar de tudo sabiam no seu íntimo que isso, mais cedo ou mais tarde, teria que acontecer. tenho a cabeça demasiado pesada, e os lábios continuam a ser mordidos todas as noites para conter o choro que turva a visão. estou vazia, dos pés à cabeça, porque há dias em que simplesmente não vale a pena. às vezes não vale, porque alguém não disse que gostava de nós. e eu sei que isso não é tudo, mas quando não passa uma única música boa no caminho para casa, nota-se mais. depois de tudo, só consigo ter vergonha. vergonha perante as pessoas que viram isto acontecer comigo e não se sentiram bem em não poder fazer nada. vergonha perante todas as vezes em que lhes faltei, mesmo quando mais precisavam. vergonha por não conseguir sair da maldita situação em que me encontro e vergonha pela maneira a que lá fui parar. só tenho vergonha, porque de resto, já disse e repito, fiquei vazia.