estou a tentar dormir, mas as vozes na minha cabeça falam demasiado alto e relembro-me de todas as coisas que fiz. viro-me para o lado, encaro a parede e respiro devagar. fecho os olhos, abro-os, fecho-os novamente. agora vejo a face dele, tu sabes, o rapaz de quem falei. agora sei que não vou ser capaz de dormir. suponho que seja por isto que as pessoas sofrem de insónias; as vozes não se vão embora, as memórias continuam a voltar e as pessoas perseguem-nas no escuro da noite. ligo as luzes, sento-me na beira da cama e choro. só um bocadinho, só para ser mais fácil respirar. apago as luzes e tento dormir novamente; vai ser uma longa noite.