nunca nada me tinha cheirado tão a casa. juntavam-se em grupo, queimavam e queimavam-se, desfaziam e faziam. rodavam em processo metódico, ouvindo por vezes um pedido de alguém. fiquei com o cheiro impregnado no cabelo e não me conseguia desprender da sensação de estar novamente noutro sítio que não aquela sala. um sítio onde havia uma banheira verde e com um cheiro diferente que pairava em todas as divisões. não é aceite na sociedade, diziam-me na altura. e eu aprendi que aquilo, o que quer que fosse, passou a ser demasiado aceite nos dias de hoje, embora de forma secreta, por baixo da mesa para ninguém ver, fechados numa sala para ninguém descobrir, encontrado numa gaveta para rapidamente se inventarem desculpas.