não consigo parar de ouvir miles davis e relembro agora a maneira como chorei há uns dias no autocarro como se não houvesse dia seguinte. naquele momento, ao ombro duma amiga, sabia ter confidenciado o meu maior medo. deixara de acreditar em amor e tudo o que estaria relacionado com ele era num mundo bem distante e deixado para trás há muito tempo. hoje não consigo deixar de me sentir nojenta, porque se calhar percebi o que não queria perceber. racionalizei demasiado, demasiado meu querido e perdi o amor próprio também, simplifiquei-me e fui como se fosse simples. não sou, não somos. agora tenho nojo e ele não passa, não agora. não enquanto eu não souber que são apenas coisas da minha cabeça. e queres saber? acho que não são só coisas da minha cabeça, meu querido. não são, pois não? diz-me vá.