
vida. morte. anda tudo demasiado perto, a tocarem-se tantas vezes na ponta dos dedos que se torna complicado distinguir quando acaba uma e começa outra. já conheci a morte e tive o prazer de a tratar por tu mais que uma vez, mas nada me tinha dado mais arrepios na espinha até hoje, do que aquelas mensagens, aquelas dezassete chamadas não atendidas. tenho ainda o cérebro adormecido e as minhas mãos desde as 8h da manhã até agora, quando o sol já quase se está a por, ainda não pararam de tremer. aliás, todo o meu corpo treme em acessos violentos de medo. medo por alguém que não eu, por aquela vida que se tornara tão frágil em questão de segundos. aprendi que são cristais, cada momento é cristal, e parte-se e destrói tudo o que vem a seguir porque é uma sequência. morte. vida. demasiado perto.