
Não me lembro da última vez que aqui estive mas parece-me numa vida tão longínqua que pouco me reconheço ainda. Deixei que as minhas mãos parassem e fiquei com a cabeça vazia e o coração cheio. Tive meses felizes mas, como sempre, nenhuma felicidade é duradoura. Lembro-me de dizer que era isso que me assustava: saber que todos os momentos se esbatem, se apagam, se vão.. E eu fui-me. Para longe em alma, quando queria estar longe em corpo. Eu, eu que um dia quis um amor por cima de croissant de chocolate, deixei o croissant no prato e fugi dali para fora. Os meus sonhos já não são os meus sonhos e as minhas palavras tão pouco agora me parecem minhas. Tenho o coração, a cabeça e os olhos pesados. Tenho pena.