a culpa é uma palavra demasiado pequena para o peso que carrega sobre si. hoje sou eu que a carrego. sabes, a vida dá muitas voltas e as pessoas surpreendem-nos. a culpa é nossa se a ilusão fizer parte do momento. por isso é que a injustiça existe. no fundo, somos nós que erramos, deixamo-nos levar. magoamo-nos por sermos fracos demais. por gostarmos tanto de uma pessoa que é capaz de fazer com que nos esqueçamos de nós próprios. isso é injusto e eu sinto pudor. ódio. mas eu sei que isto me vai passar, afinal as palavras servem para isso mesmo: para dizer o que não queremos que ninguém ouça da nossa boca. e mais uma vez estou a pensar nos outros, não quero magoar ninguém. acabo por me magoar a mim mesma. e a culpa .. a culpa é demasiado grande para a poder carregar sozinha.
escrevo mas não sinto
estou cansada. tão cansada. são nestes dias que eu queria desistir de amar. de ser amada. de pedir amor. de amar sem fronteiras. escolhas erradas. são só escolhas erradas.
'é egoísmo não conseguir pôr termo a uma coisa má, por não termos mais nada no seu lugar? é justo sustentar um conjunto de momentos maus porque não temos outros em seu lugar? qual é o mal de ter os braços vazios, em vez de cheios de nada?' disseram-me. continuo a pensar nisto desde aquela tarde em que tudo pareceu estar errado e não me sai do pensamento. porquê? porquê, porquê, porquê? é a única pergunta que se continua a repetir na minha boca quando adormeço.
tenho saudades tuas. é um facto. e hoje precisava muito de ter tido uma longa conversa contigo, mas não posso. desde o início até agora que continuo de mãos e pés atados a correr numa corda de equilibrista. as pernas bambas e o coração em sobressalto. meu deus, tenho tantas saudades tuas e não to posso dizer porque não deixam. r