encho a casa de pessoas para não pensar em quem lá falta. coloco música alta, abro o frigorífico e faço uma tentativa de refeição para quem se arrisca a lá ficar. os risos dos outros ultrapassam todas as paredes e enchem todas as divisões, como se não tivesse que haver espaço para mais nada, evitando assim a intrusão de pensamentos que nunca foram bem-vindos a nenhum de nós. às tantas perco a noção da quantidade de gente diferente que já me passou pela vista e que já se sentou no meu sofá, mas é assim que gosto de ver a minha casa. que todos os dias fossem passados assim, rodeados de bons amigos, boa música e felicidade, e eu não quereria que eles corressem tão rápido como quero agora.