isto. todos os dias.
deitada na relva dum jardim desconhecido olhava para o céu demasiado estrelado para uma noite fria de outono. o frio chegara mais agreste do que o habitual e fazia tremer cada osso do corpo. sentiu ele a dar-lhe a mão e a ficarem deitados numa paz que poucas vezes tinha experienciado no último mês e deu por si a pensar em como o cenário até era romântico. romântico até que ouviu o pedido que ele lhe fez ao ouvido e soube instantaneamente que ali não havia romance, nem amor, nem paz sob as estrelas numa noite fria de outono. haviam sim pedidos sussurrados e noções alteradas devido ao que quer que se tivesse ingerido na festa da qual escapávamos. deitados de mãos dadas parecíamos ter tanto amor entre nós como azeite e vinagre. é pena.
/let's hope so, 'cos everyone I've met so far is a bunch of cunts
passado tanto tempo continuamos a saltar muros e a entrar em casas que não são nossas para nos escondermos do mundo que passa lá fora. continuamos com uma relação que em nada é relação e nesse tempo que vamos para jardins alheios desconhecidos vivemos como se nunca tivéssemos conhecido outra pessoa, outro corpo que não um do outro. sabes que não gosto de ti, e tu não gostas de mim. somos a simplicidade a olhos vistos, já reparaste? mesmo passado tanto tempo, já reparaste?