olho-te nos olhos e sei que acabou. vejo o teu maxilar a tremer enquanto to digo. contigo levaste grandes partes de mim, como se nada fossem, mas que faziam de mim a pessoa que eu era. estou num estado de coma que pensava já não existir. acordo mas continuo na cama, agarrada aos meus joelhos para me sentir mais completa. o telemóvel reclama uma, duas, três mensagens e não lhe consigo prestar atenção. distraio-me sempre com projectos que rondam a minha mente para não ter de pensar em ti. amo-te, claro que te amo, não perguntes novamente, mas não volto para ti. perdi-me em mil cantos do mundo e agora estou a reencontrar as partes perdidas. entupo-me com bon iver e vejo o verão a chegar lentamente sob a forma daquela luz dourada que invade o meu quarto ao final da tarde. sonho com noites que nunca mais chegam e quero adiar o mais possível o meu aniversário. no final do dia, olho-me nos olhos e sei que acabou.