the xx ouve-se baixinho (como se deve sempre ouvir) ao fundo e eu sou outra vez eu mesma. acho incrível como somos as primeiras a enganar-nos, desde o primeiro desgosto amoroso que é assim. tempos mais tarde damos por nós a escrever (numa angústia que só as raparigas que se alimentam de chocolate para a ultrapassar compreendem) coisas que nunca sentimos. dizemos o quanto já não queremos saber de x ou y, como já o esquecemos e passando aos extremos de “fomos um erro, de qualquer das formas. nunca te amei só para que saibas”. seria incapaz de fazer isso ao nosso amor até porque acho que tais coisas só servem para iludir alguém que quer profundamente ser iludida. se estamos a escrever sobre x, é porque nos importamos com x. ponto final. digam e neguem o quanto quiserem, o facto não muda. a luz dourada própria dos finais de tarde do verão entra pela janela e faz-me lembrar o quanto fui feliz. sem máscaras que não me servem, sem segredos não revelados, sem farsas que ninguém merece, eu escrevo para ti e por ti, para celebrar o amor que tivemos porque não me embaraço dele para poder escrever que nunca te amei. como um acto de coragem, faço o que melhor sei embora saiba perfeitamente que não o deva, que é preferível guardar isto para mim. paro de escrever enquanto a música atinge os últimos segundos. my heart skipped a beat too.